O menino chamou-se
Fernando, viveu nos fundos do quintal de laranjas, educado por Madeleine, a
irmã de caridade. Não teve nome de família até completar cinco anos, momento
este em que foi cedido à adoção. Aceitaram-lhe de bom grado. Era uma família do
Porto, rica em certos costumes. Exibiam o brasão dos Freire Fera Ferreira unificado
em um escudo prateado. Levaram o menino traumatizado às terras de Portugal,
onde estudou línguas, piano, flauta, astronomia e, por fim, direito pela
Universidade de Coimbra, com os principais métodos de Pádua.
Fernando formou-se bacharel em anos
necessários, e logo após especializou-se em retórica judicial. Não contendo-se,
cursou letras e literaturas, iniciando sua fase de magistério com excelência. Logo
após, mudou-se para o Rio de Janeiro, e ali permaneceu.
Era talvez o que Fernando diria ser o ápice de muito cuidado, este responsável por toda a hipocrisia que rodeava aquela camada em que assistiam os ditos estudiosos. Todos sabiam, no entanto, que o mar de críticas advinda do homem tinha suas raízes no coito sujo, imoral e pouco julgado pelo restante de mentes a que se devia fazer jus.
R.VillasBoas
Antes de um comentário breve, gostaria de saber o seu some, caro(a) autor. Seus textos me encantaram!
ResponderExcluirMe formei em letras há seis anos, e nesse intervalo concluí meu mestrado e doutorado na área de literatura. É minha obrigação como atuante da área dizer a você: nunca dê pausas a sua escrita! É brilhante, original em aspecto, particular. Não me lembro de ter lido algum autor assim... tais palavras... tal malícia com os textos.
Sua literatura, porém, me faz recordar dos grandes mestres (Machado de Assis, Fernando Pessoa, Drummond...). Você consegue ser poeta lirista e crítico realista ao mesmo tempo. Consegue reunir estilos de várias escolas em um único espaço.
Há um encanto em seus pseudônimos. E estou louca para continuar lendo suas tramas. Gostaria de poder ler o conto todo. Será que me permite?
Muito prazer, Lorena. Meu nome é Rafael.
ExcluirNão sei realmente o que dizer a você. Estou grato e ao mesmo tempo surpreso com a crítica. Me faz brilhar os olhos ler algo assim, consequência de meu amor pelas páginas e parágrafos.
Muito obrigado.
Rafael, a academia nos torna ácidos, às vezes. Busco um meio termo quanto a tal acidez, principalmente quando leio construções tão pertinentes, o que me deixam feliz demais, inclusive por ver em seus escritos atualizações da Literatura.
ResponderExcluirSeu pensamento emana-se à vida, e o torna simples, contundente e, acima de tudo seguro.
Avante!