O menino chamou-se
Fernando, viveu nos fundos do quintal de laranjas, educado por Madeleine, a
irmã de caridade. Não teve nome de família até completar cinco anos, momento
este em que foi cedido à adoção. Aceitaram-lhe de bom grado. Era uma família do
Porto, rica em certos costumes. Exibiam o brasão dos Freire Fera Ferreira unificado
em um escudo prateado. Levaram o menino traumatizado às terras de Portugal,
onde estudou línguas, piano, flauta, astronomia e, por fim, direito pela
Universidade de Coimbra, com os principais métodos de Pádua.
Fernando formou-se bacharel em anos
necessários, e logo após especializou-se em retórica judicial. Não contendo-se,
cursou letras e literaturas, iniciando sua fase de magistério com excelência. Logo
após, mudou-se para o Rio de Janeiro, e ali permaneceu.
Era talvez o que Fernando diria ser o ápice de muito cuidado, este responsável por toda a hipocrisia que rodeava aquela camada em que assistiam os ditos estudiosos. Todos sabiam, no entanto, que o mar de críticas advinda do homem tinha suas raízes no coito sujo, imoral e pouco julgado pelo restante de mentes a que se devia fazer jus.
R.VillasBoas