sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Beira-Mar

Cheiro de sal. Ondas muito agitadas, quase quebrando a tranquilidade da garota que passava por aqui, pelas areias de Ipanema. Copacabana já não passa de uma grande calçada em linhas serpentinas brancas e pretas, todas muito chatas e fixadas em uma rotina de beleza natural. Ainda resta algum belo arovoredo pelas laranjeiras e na praça do Arcoverde. Há sombras na Zona Sul e o Cristo ainda sorri de braços abertos.
          Existe por aqui um calor tremendo, que faz levantar o odor salgado do Atlântico, e também um sotaque puxado de "érris"e "éssis" em cujos esgares me perco por ora. Mas, por aqui, é possível saudar Vinícius e Tom sem ter medo de errar. A serra é logo ali acima, onde cortam algumas ferrovias enferrujadas.
            São realmente maravilhas - algumas das quais superam outras.
         Ainda penso nas Minas Douradas, onde o café pilão arde e as línguas cantam poesias. O sino bate mais forte por lá, e as estradas são mais etreitinhas, mais frias; o orvalho é mais gelado.


R.VillasBoas