domingo, 7 de abril de 2013

Lumiar, Nova Friburgo - 06 de Abril de 2013

Não eram maravilhas comuns. Eram fantasias de um meio sem limites, de muitos olhos vidrados.

          
Era talvez o que eu pudesse dizer em relação ao que vi na minúscula casinha de janelões coloniais que abrigava um acervo tremendo de muita cultura nacional. E não contentando-se em expor as raízes, deixava que floreassem as pétalas e tudo o mais.
          Tom Jobim mantinha no rosto um sorriso tremendo, juntamente com o ilustre flerte de Merilyn. Havia livros, discos, vitrolas, gramofones e uma infinidade de revistas e figuras muito bem selecionadas, todas fixadas de forma descuidada, contudo brilhante, nas paredes de pau e adubo - o cheiro era aconchegante e um pouco úmido.
          Os olhos quase saltavam em direção a tudo, e as mãos sucumbiam no desejo de poder tocar os objetos inéditos às experiências de presença física.
          Um dia, talvez, eu deva dizer àqueles que prosseguirem com minhas opções: a cultura e os versos escritos em páginas, cantados por bocas e soados por belas cordas jamais poderão encantar-vos sem que, nesse meio tempo, desperte interesse. Contudo, a suntuosidade da literatura e da música cai sobre os que são pré-determinados. É mesmo uma infelicidade do que é verdadeiro.E sou extremamente resolvido por fazer parte dessa certeza.

R.VillasBoas

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