Era noite muito fria. Só podia se ouvir o
barulho chato de esquilos correndo de um lado para outro, tentando se
abrigar e se proteger do gelo e da neve, que passavam como vilões.
Dentro do casebre de madeira havia somente uma chama que crepitava alto, estalando assanhada por entre as grades que protegiam a lareira do meio externo. E ali, sentado de frente para a mesma, um homem tentava se levantar, assustado e muito frenético, entre protestos; e apontava o dedo para o neto de pouca idade.
Dentro do casebre de madeira havia somente uma chama que crepitava alto, estalando assanhada por entre as grades que protegiam a lareira do meio externo. E ali, sentado de frente para a mesma, um homem tentava se levantar, assustado e muito frenético, entre protestos; e apontava o dedo para o neto de pouca idade.
- Ouviu bem o que eu disse, filho? - bradava o senhor entre
gestos calculados - Procure por Ernesto. ERNESTO! Diga que quer falar
com o duque das terras do sul. Não mais que isso!
O menino só escutava, atento.
- Em menos de quinze segundos já terá partido - disse o velho com
as mãos trêmulas - E guarde segredo, rapazinho. Guarde segredo! Nesse
mundo de fantasias, em nada se pode confiar. Dizem que até as árovres
ouvem. E é verdade!
O garoto não esperou nem mais meio segundo
e deu de costas, abrindo a porta em um ranger tosco, topando com um
vento muito gelado que deixava cair poucos flocos de neve no tapete de
pele de urso. Fechou-a e partiu.
R.VillasBoas