quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O quinto epílogo

Brandenburg, dezembro de 1989

Ainda que famílias vivessem livres por ali, aquele fora de longe o cenário de outrora. Parecia, mesmo depois de certos anos, que o cheiro de sangue e pele carbonizada pairava pela densidade em cujos intervalos transitava o ar.
          Havia algum ou outro retalho de tecido acinzentado, listrado em tons de branco, retendo numerações e códigos incompreensíveis. Era possível ouvir gritos e ranger de dentes, ao passo que armas tomavam cena juntamente com um líquido avermelhado que saltava em direção às paredes.
          Tardou até que o muro caísse. Homens e mulheres puderam se amar, cultuar sua fé e usufruir de certa glória. A Alemanha parecia estar retomando seus princípios - não mais que rotinas.

Heinz F. Hoffmann
[Rafael Villas Boas]


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